Tem dias em que tudo nos pressiona, precipita
(Grita!)
Para a depressão de ser
Ser assim, triste tristinho...
Sentir-me sufocada num qualquer cantinho
Escuro do tempo, do espaço, de mim
Instala-se a penumbra
E numa qualquer catacumba
Sobrevivo e só penso em respirar
Inspiro e expulso a vida, o ar
E esqueço-me de mim
Só quero acordar num outro tempo
E ressurgir com a aurora
Deitar o relógio fora
E esquecer-me que para tudo tem hora
Só quero existir no Agora
Apenas ele é eterno
É o braço terno que me abraça
Que me deita à vida
E a embala em mim
Escorraça-me o medo
Quando alguém me confia seu segredo
Nele não há hora certa para dormir
Viram-se noites, corpos, copos
E bebe-se tudo o que está para vir
No compasso das pulsações
Embrulham-se corpos extenuados
Enrolam-se pensamentos suados
Sob o manto das intuições
Misturam-se línguas
Peles cruas, vidas nuas
Lábios molhados
Falam por entre dedos entrelaçados
Que afagam e afogam horas
Dedilham as cordas onde se prende o grito
Soltam-no por entre um olhar aflito
Auroras que irrompem por entre beijos, abraços
E fazem luz em olhos baços
(A toda hora, no Agora).
quinta-feira, 1 de maio de 2008
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