No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Querer

Não é medo, é uma ânsia que se teme esperar, é uma sensação de querer não saber, mas na verdade quero, como se procurasse fragilmente um conforto que pode não me confortar... Essa coisa de saber, poucas vezes me fez feliz, mas a consciência sempre me aproximou do que quero. Talvez a felicidade seja mero incidente e em nada se prenda com o querer no seu sentido mais profundo, num sentido que raras vezes queremos, num querer que se subsome à consciência, que se faz passar por sonho, visão, que alucina, ou que talvez apenas alumie um lado obscuro, mas que permanece em mim. Quero tanto e tantas coisas, que sei que o meu querer, esse desejo incessante, me desfoca, como se me tentasse dentro dos vários quereres, para que os confunda e os perca, de tal forma, que um dia cessem em mim, como se me atormentasse, deixar de os ter, essas coisas que me possibilitam o salto, mas que tantas vezes me lembram que não saí do lugar...
Tudo isto se perde na tua presença, como se de repente descobrisse uma porta mágica onde me sinto luz... E neste meu pensar de quem o usa, irrita-me ter em ti uma ponte para esse ser maior de mim... Mas a verdade é que quando sorris sei que sou melhor... E apenas quero estar, existir ali. É como se o meu querer ganhasse foco, como se o filtrasses deixando aquilo que anseia por mim... Quero essa coisa, mas tenho medo desta outra, desta plataforma instável onde estou desarmada, onde não quero estar, mas que me quer, onde me sinto viva, porque capaz de morrer, onde estou pronta para morrer, e é nesse risco de me aniquilar e de morrer por dentro que me sei mais viva e amante... E que sei que posso realmente Amar... (E tornar-me real).
É uma espécie de arrepio, porta encantada até a um querer maior que não se anseia, permanece...
Adoro quando me desconcentras e eu finjo não notar, e finjo manter tudo no sítio quando na verdade me desarrumas por dentro (adoro)... E vira-me o sentido do mundo e de mim essa coisa que nos envolve, como que uma bolha que de repente nos deixa estar aqui a outro tempo, como se o mundo desacelerasse, e como se tudo fosse maior e mais forte, cada sensação, cada momento, a consciência que se mistura com actos inconscientes confessos...
E uma presença a que nunca fujo, como se quisesse para sempre ficar em mim.