A escrita regular deu lugar à ausência, talvez porque não tenho conseguido distanciar-me o suficiente do sujeito que vos escreve. Talvez porque me tenha entregue ao tédio de mim mesma, e pouco ou nada em mim me faça a rir. Talvez porque me tenho focado na história viva e não na vida da história que quero contar. Talvez porque me custe terminar o que aqui contava, talvez porque me encontre na história a outro tempo, ímpar em espaço, singular na voz, e parcial em mim, ou eu parcial nela, e não saiba ainda se aqui tem lugar. Talvez deva escrever sobre estes tantos talvez que me assolam, e que me lembram que talvez nada disto seja real e precise apenas de realidades que se sobreponham a estes tantos supostos mencionados. Talvez nada disto exista, nem mesmo eu, e seja eu mesma, fruto de um talvez que percorre a cabeça de alguém, que se agarrou aos dedos e discorre por entre caracteres virtuais de uma qualquer alma solitária, acolhida pela insónia às 3 da manhã.
sábado, 16 de janeiro de 2010
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