No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

domingo, 29 de março de 2009

My girls

Dedico estas palavras às mulheres da minha vida, as minhas grandes amigas, irmãs. São as melhores amigas do mundo. E quando tudo acalma e posso sentir o tempo e o espaço, sinto-vos, ainda mais, a falta.
Saudades de todas e cada uma, saudades de tantos momentos, de podermos sempre, juntas ser crianças. Saudades de ter sempre um abraço sem julgamentos, saudades de o dar. Saudades de todos os risos e gargalhadas épicas que arrancámos à vida. Saudades de viver, estar junto. Saudades de um amor inigualável, fraterno, incondicional, que nos liga para lá do sangue, selou-nos as almas.


Várias vezes senti completude, outras tantas me aproximei. E continuo a tentar, mas o que é estranho, talvez até mágico, é que chegamos lá, mas tão de repente o fazemos, como voltamos à casa de partida, aquela, precursora que nos faz chegar lá, tentar ser sempre mais. Por vezes, tantas, esse mesmo é o motivo de desânimo, de melancolia, cobarde demais para se fazer raiva, revoltar, e mudar o mundo no impulso. Mas ao mesmo tempo, aí reside o mistério, o que nos faz não saber o amanhã, a capacidade que temos de perder o tudo e de nos fazer do nada. E tantas vezes dói, outras nem dói mais, mas é isso que torna a vida desafiante, contundente, estimulante. E a cada estimulo, segurar os nossos pequenos todos, pois vão segurar-nos tantas, tantas vezes nos grandes nadas, travessias directas que nos levam ao centro de nós. E nessa montanha russa não esquecer quem somos, mas mais que tudo, lembrar sempre quem queremos ser. A cada novo nada, lembrar o que nos completa. E são essas as reminiscências que nos mantém vivos. O mistério continua, e o que nos completava às vezes deixa de o fazer, sem culpas distribuídas ou desafectos. E assim por vezes, voltamos a ser infelizes, menos felizes. E assim voltamos a ser felizes, mais alegres a brilhar mais e mais em nós. E este vaivém entrega-nos a barriga a náuseas, ou a sensações que sílabas nenhumas conseguem pronunciar e a arrepios que carregam os ventos dos quatro cantos dentro de nós.
Mas não sei ser eu, inteira, sem os que amo, e sinto saudade, saudade de matar a saudade, de estar mais perto, de ser segurada nos braços, de partilhar as vitórias e as derrotas, de chorar compulsivamente porque aí, nesse lugar tão nosso, posso, e ir do riso ao choro como se fossem teclas do mesmo piano. Juntas podemos tudo. Assim são as minhas melhores amigas. Mulheres que para mim serão sempre meninas. Crescemos juntas e deixamos espaço para crescer, juntas, sempre mais. E mesmo longe, mantemo-nos perto. E esta manutenção exige, demonstrações de afecto, atenção, gestos constantes. Mas por vezes, saudades de pura e simplesmente estarmos juntas, sem fazer nada, apenas estando, pois entre nós podem não existir palavras, que os silêncios entregam-se à cumplicidade. Saudades até de tantos, àquele tempo, dramas, para uma , para algumas, para todas, e sempre saber, que na crise, nos juntamos, falamos mal dele e do mundo, e inevitavelmente, as lágrimas acabam por ceder ao riso. Pois somos profissionais em rir de nós mesmas e se hoje rio de mim é porque o treino foi conjunto, acompanhado. E já dizia o filme, nenhum homem é uma ilha, e eu não me sei sozinha.
Tenho saudades de matar saudades das mulheres da minha vida, cada qual insubstituível, cada qual comodamente instalada no meu coração. E buscando e achando e voltando a perder, o que seja que me faz sentir em mim, viva, estão lá. Sem vocês não seria, jamais,completo. E hoje, ao longe, vejo que as minhas meninas se tornaram nas mais belas mulheres, como poucas o são. Brilhem, vivam incandescentes, acesas por cada sonho e presas apenas ao presente. E quando der menos certo, estamos juntas, sempre.
P.S.: O Amor não tem limites... Vale a pena ver este vídeo:

sábado, 14 de março de 2009

Pecado sublime

Acordei.
Escovei os dentes, deixei-me estar por debaixo do chuveiro e deixei a água fria tomar conta de mim. Escorreu-me por todo o corpo uma sensação nova. Hoje acordara com outros olhos.
No espelho via o brilho que só a luxúria crava no olhar e o desejo na alma. Acordei de vontades acesas, e sem medo de as olhar nos olhos. Por isso demorei-me no espelho. Vi-me tão criança, e talvez poucas vezes me vira tão mulher. Chega de choros e afagos de cabelo (pensei), e em cada poro de pele decidi guardar sonhos, células inteligentes que me gritam ao Universo.
Gosto dele, acho que ele sabe. Mas gosto tanto de tanto gostar, que acabarei por gostar de outro. E para mais, tenho tanto por viver, hoje afogou-me a sensação de esperança, mas não a esperança no amanhã do futuro, a esperança no amanhã do presente. aquele amanhã quase hoje, como pensamos quando crianças, quando mais de dois dias nos parecem sinónimo de eternidade.
E de luxúria no olhar deixada, não por acaso, pelo desejo que se me instalou na alma, e que me sacode o corpo, caminhei pelo dia. E este pecado capital deu-me novo colorido, e como não acredito em pecados, resolvi manter-me pecadora, pois alegrou-me o dia, aqueceu-me o corpo e cozinhou tantos dos meus pensamentos, que crus não me levavam a lado algum.
Não por acaso falei contigo. Tu, voz inteligente, que tanto me lembras, mas que me falas no timbre grave e na tua serenidade de homem cúmplice. A cada palavra lembro-me do corpo quente, da voz grave e certa, das mãos fortes que até hoje me percorrem pensamentos. E prendeste-me assim, pelo intrincado enigma que é tua mente, pela inteligência com que o desvendas caprichosamente quando queres, e aí , só aí, de pequeno se tornou um pecado capital, sublimado por rufos de tambores e drapeados de estrelas. E tudo de uma forma fortemente subtil. Saudade...