No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mar adentro

Sentada em frente ao mar observava a tela gigante que perante ela surgia. E naquele instante, sentiu-se mais sozinha, e ao mesmo tempo envolta numa brisa quente, num afago que só a natureza lhe podia dar, e que só a tristeza lhe fazia notar. Parada, defronte dela mesma e do mundo, tendo como abismo a linha do horizonte, teve saudades do nada e de tudo o que não viu. Naquele silêncio feroz, próprio de quem concita a si mesma, culpando por vezes o mundo, encontrou paz e por fim, o nada. Conseguiu esvaziar a mente e apenas sobrepesou o peso da alma. Não é como a vêem, desconfia, e se algo a mede é o quanto ama e se dá. Na displicência com que se deita sobre o mundo existe verdadeiramente.
Ali, naquele fim de tarde, ligou-se a si mesma pela linha que a desligou do mundo.
E pensou: Não me escuto, ou desaprendi minha língua. Confundo-me a mim mesma, certamente o Universo, que não mais deve saber o que quero, qual a demanda. Cheguei a esse ponto crucial, a pergunta não mais pode esperar... E pergunto-me, grito por dentro: O que quero? O que realmente quero?
Cheiro o mar, adoro o cheiro do mar. Alinha-me os sentidos e faz-me perder o senso de mim.
Vou para casa. Quero ir. Amanhã volto. Não posso esquecer, não posso deixar de me responder.