Dias em que me entorpecem os sentidos, onde deixo o cheiro da vitória para trás e me agarra apenas a vontade do instante ausente, absorta que estou no meu nada e distante de tudo o que quero ser, nesse lugar tão meu, descanso por vezes, e aí, posso ser coisa nenhuma. Parecem ser dias inúteis, mas resgatam-me, preciso deles como dos mais felizes, e não sei em quais há mais verdade, ou nos quais ela se perde tão completamente para que a saiba.
Hoje nem o entardecer, nem o amornar dos céus me afagou... Não sei o que tenho... É uma amálgama de nostalgia, de dor não chorada, mas que não dói mais, de esperança espremida, comprimida no que deve ser, é um amontoado de seres e não seres que concitam dentro deste invólucro que hoje quase não me recebe, pois estou pouco em mim... Só me apetece dormir, deitar a cabeça e afogar-me na nuvem de algodão e sentir. Hoje não sinto, ou se sinto, minto. Hoje sou trapaceira, mas finjo duma forma que me sei eu mentira, e ela cresce de tal forma em mim, que me reduz a uma apatia ou se faz verdade muda...