Janelas infinitas se acendem
Vidas intermitentes, mundos outros que me invadem
Que me guiam no breu e se apagam...
Luzes que se incendeiam sob o meu olhar
Mas jamais me queimam
Acham-me sem ter que me dar
Imagino vidas certas, desconcertantes
Que se iluminam, ou descansam à sombra delas
Imagino corpos, cansados, rijos, amantes
Jantares à luz de velas
Silêncios, sob o foco, gritos surdos
Movimentos curtos, frases cortantes
Corpos sinuosos denunciam palavras poucas
Prendem ecos de vidas loucas
A luz enfraquece, abraça corpos que se amam
Ou que a noite humedece
Por entre reposteiros translúcidos
Luzes se apagam, outras se acendem
Enterram-se sonhos húmidos
Nós na garganta que não se engolem
Destroem amores que não se evolam
Que teimam em ficar
Por não mais terem a quem voltar
Televisões incessantes preenchem horas ocas
Quartos vazios congelam o ar
Esperam alguém que nunca vem
Jamais vemos quem habita aquela toca
Quem toca mas não se tem
Olhos que nem na luz se enxergam
Almas que tantas vezes se vergam
Luzes reticentes, corpos urgentes
Que a cada noite flamejam
Velam suas almas inquietas, quietas
Solidões que me confortam
Porque noite após noite perduram
Expiam meus medos
Em troca de seus segredos
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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1 comentário:
Imaginativa visão desta da nossa janela...
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