No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nox

Janelas infinitas se acendem

Vidas intermitentes, mundos outros que me invadem

Que me guiam no breu e se apagam...

Luzes que se incendeiam sob o meu olhar

Mas jamais me queimam

Acham-me sem ter que me dar



Imagino vidas certas, desconcertantes

Que se iluminam, ou descansam à sombra delas

Imagino corpos, cansados, rijos, amantes

Jantares à luz de velas

Silêncios, sob o foco, gritos surdos

Movimentos curtos, frases cortantes



Corpos sinuosos denunciam palavras poucas

Prendem ecos de vidas loucas

A luz enfraquece, abraça corpos que se amam

Ou que a noite humedece



Por entre reposteiros translúcidos

Luzes se apagam, outras se acendem

Enterram-se sonhos húmidos

Nós na garganta que não se engolem

Destroem amores que não se evolam

Que teimam em ficar

Por não mais terem a quem voltar



Televisões incessantes preenchem horas ocas

Quartos vazios congelam o ar

Esperam alguém que nunca vem

Jamais vemos quem habita aquela toca

Quem toca mas não se tem

Olhos que nem na luz se enxergam

Almas que tantas vezes se vergam



Luzes reticentes, corpos urgentes

Que a cada noite flamejam

Velam suas almas inquietas, quietas

Solidões que me confortam

Porque noite após noite perduram

Expiam meus medos

Em troca de seus segredos

1 comentário:

Verinha disse...

Imaginativa visão desta da nossa janela...