No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Irracional

E vem assim de repente, inconsequente, irracional, não se entende, apenas se estende em mim. a força centrífuga puxa-me para um qualquer centro de gravidade reflexo, espelho do meu. E mais de repente ainda, vejo meus sonhos serem tomados de assalto por ti, vejo o rubor no meu rosto de cada vez que te vejo, vejo crescer uma timidez inexistente em mim. Vejo não saber o que dizer quando raramente me faltam palavras. Vejo o mundo de pernas para o ar, e esse desconforto, o mistério do novo invade meu estômago com asas de borboleta, e o seu roçagar causa-me arrepios, uma linha quente e fria que me percorre a espinha, que me lembra que vou muito além de mim, muito além do meu corpo, que posso chegar onde quer que me permita. E, de repente, as fronteiras da alma tornam-se ténues, abrem comportas e deixo-me ir. E os pensamentos desfocam para se focar em ti, e minha mente rebelde fica domesticada, acorda contigo e adormece contigo. E, mesmo quando não te tem em pensamento, é porque te expulsa dele. Até aí te pensa, pois estás preso aos meus sentidos e em cada sentir, e penso-te com todos os neurónios do coração, indomáveis perante os da razão. E, de repente, vi-me assim.

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