E vem assim de repente, inconsequente, irracional, não se entende, apenas se estende em mim. a força centrífuga puxa-me para um qualquer centro de gravidade reflexo, espelho do meu. E mais de repente ainda, vejo meus sonhos serem tomados de assalto por ti, vejo o rubor no meu rosto de cada vez que te vejo, vejo crescer uma timidez inexistente em mim. Vejo não saber o que dizer quando raramente me faltam palavras. Vejo o mundo de pernas para o ar, e esse desconforto, o mistério do novo invade meu estômago com asas de borboleta, e o seu roçagar causa-me arrepios, uma linha quente e fria que me percorre a espinha, que me lembra que vou muito além de mim, muito além do meu corpo, que posso chegar onde quer que me permita. E, de repente, as fronteiras da alma tornam-se ténues, abrem comportas e deixo-me ir. E os pensamentos desfocam para se focar em ti, e minha mente rebelde fica domesticada, acorda contigo e adormece contigo. E, mesmo quando não te tem em pensamento, é porque te expulsa dele. Até aí te pensa, pois estás preso aos meus sentidos e em cada sentir, e penso-te com todos os neurónios do coração, indomáveis perante os da razão. E, de repente, vi-me assim.
sábado, 27 de dezembro de 2008
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