Sete e quarenta da manhã... Abandonei a mesa de bar e a ilusão de não estar só foi mais além. Afagou palavras cúmplices nas bocas de outros... E pergunto-me se de facto estou acordada. Se de facto penso, e me penso para lá de mim para voltar a pensar no perímetro de mim mesma, pois apenas esse fora que volta se foca nos demais.
Cheguei a casa. Tirei as lentes, regressei a minha natural miopia e astigmatismo. No fundo é clínico, vejo mal ao longe, no tempo do amanhã, tenho grandes dificuldades em focar, disperso-me, e as dioptrias várias denunciam-me. Uma vez disseram-me que só me permitia ser eu quando saía das lentes e me rendia à cegueira, e aí, esse alguém via minha alma mais forte, porque capaz de ser frágil, de se entregar sem ver o outro, apenas porque confiava nos pequenos pontos que o contornavam, fronteiras da alma, para meus olhos toscos, vagos, mas em mim pontos de luz, confiava em algo maior, numa mera sensação, não mais que conforto, ou tudo mais que essa banal palavra, sem saber, carrega. O conforto de estar perto de alguém, esse conforto que é preciso receber, abrir a porta, deixar de ver...
Esta noite dancei e dancei e pensei no quanto gosto que algo, alguém me inspire, no quanto me movo como uma locomotiva orgulhosa da sua revolução industrial, mas como a minha revolução é daquelas que revolve entranhas, e que não teme almas estranhas, danço e ladeio corpos torpes, ágeis que se meneiam perto do meu. Poucos dançam sem temer o roçagar de almas...
Cada palavra é tão minha, que não preciso de escrevê-la para que se dê a mim, tantas são as vezes que se repete na minha mente, no entanto apenas o eco que têm em teu timbre me soa melhor...
Esta coisa de fazer do amor matéria prima, prima pela falta de originalidade, mas todo o ridículo tem a sua forma única de o ser , e não me apresento como excepção. Amor que às vezes me ama , outras ama um homem, um projecto, a vida... E por aí, pelo derradeiro caminho que leva a amar coisa nenhuma. Mas a ti gosto-te com ódio, com aquela luta que faz os amores maiores... E a raiva surge, mero fetiche do ódio de mim mesma, pois não consigo odiar-te de forma a tirar-te a ferros de mim. E sem querer ir, já fui, e levas-me a um qualquer lugar desconcertante, onde poucas vezes só pelo meu pé cheguei.
Não acredito em caminhos se não aqueles que cravo o salto mais alto do meu sapato de festa. Mas para ti caminhei de pé descalço, e sem saber, ali mesmo me desnudei. Acho que me gostaste por isso, entregue sempre à urgência do momento, mas sem me abandonar. Continuo em mim.
Cheguei a casa. Tirei as lentes, regressei a minha natural miopia e astigmatismo. No fundo é clínico, vejo mal ao longe, no tempo do amanhã, tenho grandes dificuldades em focar, disperso-me, e as dioptrias várias denunciam-me. Uma vez disseram-me que só me permitia ser eu quando saía das lentes e me rendia à cegueira, e aí, esse alguém via minha alma mais forte, porque capaz de ser frágil, de se entregar sem ver o outro, apenas porque confiava nos pequenos pontos que o contornavam, fronteiras da alma, para meus olhos toscos, vagos, mas em mim pontos de luz, confiava em algo maior, numa mera sensação, não mais que conforto, ou tudo mais que essa banal palavra, sem saber, carrega. O conforto de estar perto de alguém, esse conforto que é preciso receber, abrir a porta, deixar de ver...
Esta noite dancei e dancei e pensei no quanto gosto que algo, alguém me inspire, no quanto me movo como uma locomotiva orgulhosa da sua revolução industrial, mas como a minha revolução é daquelas que revolve entranhas, e que não teme almas estranhas, danço e ladeio corpos torpes, ágeis que se meneiam perto do meu. Poucos dançam sem temer o roçagar de almas...
Cada palavra é tão minha, que não preciso de escrevê-la para que se dê a mim, tantas são as vezes que se repete na minha mente, no entanto apenas o eco que têm em teu timbre me soa melhor...
Esta coisa de fazer do amor matéria prima, prima pela falta de originalidade, mas todo o ridículo tem a sua forma única de o ser , e não me apresento como excepção. Amor que às vezes me ama , outras ama um homem, um projecto, a vida... E por aí, pelo derradeiro caminho que leva a amar coisa nenhuma. Mas a ti gosto-te com ódio, com aquela luta que faz os amores maiores... E a raiva surge, mero fetiche do ódio de mim mesma, pois não consigo odiar-te de forma a tirar-te a ferros de mim. E sem querer ir, já fui, e levas-me a um qualquer lugar desconcertante, onde poucas vezes só pelo meu pé cheguei.
Não acredito em caminhos se não aqueles que cravo o salto mais alto do meu sapato de festa. Mas para ti caminhei de pé descalço, e sem saber, ali mesmo me desnudei. Acho que me gostaste por isso, entregue sempre à urgência do momento, mas sem me abandonar. Continuo em mim.
1 comentário:
Apenas para marcar a minha passagem por aqui... já tenho vindo variadas vezes!
Gosto da tua escrita e do teu sentir
Tens vida!
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