Nas telas de pele esticadas, tingidas
Nos corpos desmaiados,
Reféns dos sentidos...
Perdidos por entre passos
Certos, dispersos no chão,
Preenchem espaços lassos,
Fazem do tempo um homem néscio,
Rompem no resquício vão,
Surgem desertores e desertos,
Dentro de casulos
Que extinguem crepúsculos...
Assumem-se almas sem tecto
Daquela prisão a céu aberto.
E por entre ruas vasculhadas
Vagueio, acendo um cigarro,
E na nuvem de fumo
Traço meu rumo.
Encontro teu vulto num carro
E aquela visão turva,
Que me espreita a cada curva,
É lavada pela chuva...
Enxuga-me a mente,
Levo o cigarro à boca,
Na esperança oca
De me manter quente,
E crente no que me assombra.
E aquele passo para a paz
Num passo à frente se desfaz...
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