No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

domingo, 23 de novembro de 2008

Subversão

Alguns confessam-se a padres, outros às paredes, outros ao espelho, eu converso com o último, e entrego-me e arrasto-me pelas palavras. Só a elas segredo o que ninguém desconfia gritar em mim. Preciso delas como de ar, elas enchem-me a mente de tal forma, que por vezes penso que a loucura é meu berço, e que a sanidade é apenas o véu de tule que o cobre. Mas são o barro onde me moldo a cada dia, nelas me ponho real, ou na ilusão que quero ser, ou apenas na ficção que me entretém o tédio. Nelas te expulso, por momentos, de mim.

Elas sabem, repetem-se tantas vezes, sabem que tento sair do casulo do orgulho e evolar-me da sanidade e ser solta no prazer mediato, profundo, que é sermos quem somos sem o pensar, apenas sendo. Cada vez mais me permito. Mas com ou sem orgulho tenho saudades, de ti. Mas não te digo e não por ser forte, antes por ser fraca e por nada querer de ti. Não quero palavras meigas, condescendentes, apenas quero que me escutes e me acolhas nessa saudade, que me tomes como só tu sabes, pois aí, nesse lugar que apenas nós conhecemos, por instantes, pertenço aqui, de forma sublime.


As palavras dançam dentro e sob meus dedos e sabem o sinónimo de saudade, sabem escrever-te, mesmo que nunca me denunciem, pois vives nas minha entrelinhas. Estás sempre lá, e quando te fujo acabo sempre por voltar a ti, a saudade resgata-te sempre. Não te prendo a nenhum desejo futuro, aliás não te prendo a nada, e no entanto nunca tive tanto ninguém. Acho que inverteste mais do que a minha lógica, subverteste-me de tal forma que cada vez mais quero ser eu. Talvez por isso te queira tanto. Talvez por isso te deixe longe.

1 comentário:

Anónimo disse...

adorooooooooo

zeza