Choro sem qualquer pena de mim e dos outros, apenas com a displicência de roubar-te meu espaço. Tarefa árdua, pois difícil é libertar-me do que me é impossível a posse, e trazer-me de volta quando saí pelo meu pé.
Talvez sejam simples lágrimas de capricho, de menina mimada que quer tudo aquilo que anseia. Anseio pelo insuflar desse meu mimo, que te transforme apenas num capricho travesso da minha alma. Que sejas apenas a revolta da menina mimada que me habita, acostumada a ter o que deseja. Que seja, que não sejas mais, pois o mais que temo, leva-me a um lugar a salvo de lágrimas, árido, pela erosão das ausências, das mágoas não choradas, resvaladas no desfiladeiro das expectativas.
Onde foi que me deixei achar por ti, ou onde foi que te achei? Sei que foi num lugar onde acordo com o teu cheiro, e onde me apertas contra o teu corpo daquela forma que não tem jeito, apenas o teu.
Mas ainda vivo na esperança de seres apenas inspiração, que gerei em mim, que me revolve e inquieta e que faz querer mais, e esta sede transborda nas palavras, espero seres apenas a ilusão constante que preciso para viver, para que o tempo te esgote, e te vença o cansaço das mesmas palavras que se cansaram de ti.
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