No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Saudade

E o dia quente de Verão humedece as paredes sem porta ... O dia dá lugar a uma chuva insistente, pequena... Como tantas vezes nos assaltam pessoas assim...
Mas não nos molha, só nos acorda os sentidos... Em Lisboa, a portas fechadas, bebem-se copos de vinho branco, tinto, palavras cruzam-se à mesa, mãos deitam-se umas sobre as outras, pernas prendem-se por baixo de panos...

Lisboa é linda! Já diz o fado! Menina e moça, canta o refrão... Em todas as melodias, Lisboa surge curvílinea, mulher! Cidade fatal que nos agarra, mas madura, solta-nos... A mim libertou-me, deu-me ao mundo e fez-me assim, mulher litoral, e jamais acordo sem olhar o céu, jamais deixo de reconhecer o cheiro da maresia...
E a cada esquina Lisboa planeia encontros e desencontros, na sua alma de cidade velha espelha novas histórias... Encontram-se novos amores, velhos amantes, e nasce a matéria prima de poetas, porque a cidade vive-se na poesia, no entusiasmo com que se levanta um copo de vinho, com que se brinda olhos nos olhos, e se sorve o elixir da vida...
Lisboa, fêmea, cheia becos e vielas, completa por lugares recônditos que só conhecem quem os viveu... Nostálgica, mas presente.
Hoje reencontrei neste cenário uma grande amiga. Falámos, perdêmo-nos, afogámo-nos nas conversas e em copos de vinho branco ao alto. Mas na verdade, mais alto colocámos o que trazemos ao peito. Bom voltar e saber que temos quem nos espera... Ela sempre me esperou. Também eu a esperava ao contrário... Felizes os que a língua mãe lhes ensina a saudade, pois configura-lhes a alma... Felizes os que reencontram, sabendo que onde quer que vão muitos pares de braços os esperam... Felizes os que a língua mãe lhes ensina a saudade, pois configura-lhes a alma... E o melhor da saudade é abraçá-la...

1 comentário:

Matrix disse...

Aconselho ouvir:

http://www.deolinda.com.pt/

ou em

http://www.myspace.com/deolindalisboa

para quem gosta de Lisboa!