Consome-me aquele olhar
Que não mais me olha
Entrego-me ao corpo que não acho na cama
Que não grita, mas é chama
Não sei se para ti vou
Mas sei-me no salto que em ti dou
Não te preciso, porque te quero
E não deixo que o medo me coma
A alma, com seu morder voraz
Com sua fome de minha paz
Continuas intento da minha saudade
Ainda te quero de cada vez que desejo
Ainda te beijo, em pensamento, cada vez que flamejo
Mas não mais me roubo de mim
Saudades daquelas, tuas mãos,
Que fazem do meu não, sim
Que dão novo toque ao toque
Saudades do teu respirar
Que quero perto, que me sufoque
E nada mais me guia, para além duma força motriz
Que tudo entende, e nada diz
E foi preciso partir, ignorar o encanto
Fugir-te, temer-te, não mais te querer
Para sentir que te quero para lá de tanto
E grito-te no escuro para que ningém me oiça
E trinco-te baixinho para que o orgulho não me morda
E amo-te bem alto para que todos oiçam
E te contem por mim
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