Nos dias em que os dias me têm estou viva, sou daqui... Maior parte das vezes sei que não me pertenço, não pertenço aqui. Nada me denuncia. Sou a inadaptada mais adaptada do mundo. Mantem-me aqui o compassar galopante do peito, de cada vez que algo me engrossa o sangue. Sei a que vim, ou finjo saber, e não tenho maior propósito do que acariciar a vida em mim a cada dia... Pensar, mesmo sabendo que pensamos melhor sentindo, e pensar o que sentimos nem sempre faz sentido para além do romance existencialista, e, talvez por isso sedutor para uns, enfadonho para outros... Mas não consigo não me pensar, e tantas vezes é a corda que me ajuda a subir as paredes do poço, como outras tantas, a que me enforca... Aí, nesse lugar onde me magoo, onde sou fracção de mim mesma, mente sem alma, alma sem "pés", não me sei... Corro... Choro... E só no silêncio... Só quando me disponho a ouvir-me, a estar comigo, me remembro por dentro...
Penso demais... Tenho insónias... Mas felizmente sou contradição de saias, pois se me penso é por me sentir demais e quando durmo, nunca me esqueço de sonhar...
Tenho 26 anos... Mas não sei o que são. Continuo a ser eu. Essa coisa de quererem que sejamos grandes incomoda-me , pois o meu Grande afaga o sublime, não dá voltas ao relógio.
Não sei medir o tempo, muito menos a vida, como mulher já me chega medir cintura, anca, peito. Acho pouco imaginativo sermos um número. Se somos, o meu é um 8 invertido, símbolo do infinito, sinónimo do que sou, sinto, penso.
Gosto de me saber mais dura, mas ingénua, de ser uma apaixonada, mas não ansiar alguém.
O Universo certo dia enviou-me mais um anjo. Uma amiga doce, que foi crescendo na minha vida, e , quando vi, eu havia crescido com ela. Tal como eu, a NAYLA é da tribo do Amor. Tal como eu, não se sabe sem pensar o mundo, e, por sua vez, o seu mundo dentro e fora deste. Tal como eu respira-o escrevendo, partilha-se, ou retira-se dele. Nas palavras se evade e se sublima. Só a elas se entrega, tal como eu. Só a elas se confessa.
Um dia ouvia-a dizer, no tom sereno que lhe é característico, e que, a mim, me apazigua a alma, quase que me confessou: "O Amor é uma vibração, temos que deixá-la fluir".
Tenho-a sempre comigo, pois Amigos, tranporto-os todos ao peito, todos os dias, mas oiço várias vezes esta frase, no canto do meu ouvido mais selectivo e és tu quem ma canta, amiga. Também eu creio nela, mas por vezes a ansiedade de amor, de amar, faz-nos não ter paz suficiente para abrigar essa vibração... Tu lembras-me essa paz, o quão a amizade pode ser grande, fraterna, bela. Lembras-me o que é ser plenamente Mulher. Ser pensante, sensual, errante, forte, doce, amante, leve, profundo... Resplandecente.
Obrigada.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Inadaptada
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2 comentários:
Amiga...ao ler isso...só me fez ter certeza...de algo q eu já sabia...
VC É MUITOOO ESPECIAL...
Tenho certeza q devo agradecer A Deus por ter cruzado com vc em minha vida!
Saudades..estamos aqui te esperando!
um grande beijo
Halanna
"Me apazigua a alma"
Deveriam me faltar palavras. Mas não me imagino sem elas. Afinal como iria te agradecer também?
As minhas palavras significam mais do que quero te dizer porque agora também são os meus sentimentos.
Ao mesmo tempo que sou a tua calma, tu és aquela parte de mim que pulsa fora do meu corpo, a minha intensidade, parte do meu coração.
Tu és daquelas pessoas que eu simplesmente adooooooooro acreditar que existem, porque é para quem dedicamos o que temos e o que somos de melhor.
És a aposta que fiz, porque acredito, sim, nas pessoas. És também quem eu escolhi para ser parte da minha família, das minhas lembranças, da minha saudade, das coisas em que eu acredito, e do que eu sou.
E no fundo eu sou mesmo muito grata. Muito sonhadora, romântica, ingênua, chorona, e mimada porque tenho amigas como você.
E se não tivesse um oceano no meio agora... eu iria correndo aí te dar um abraço. Mas vou deixar pra quando você chegar.
Prometo.
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