Vieste sem que te notasse,
Tornaste o ar leve...
Ao mesmo tempo pesado,
Para que me faltasse.
Preencheste um vazio cheio
De um corpo torpe, cansado,
Que involuntariamente,
Sentiu aquele ar leve, quente
Peito adentro... (Já) rasgado...
Preencheste a fenda.
Percebo agora que o Amor
É involuntário, reflexo... Espelho
Do mesmo medo que estagna o ar,
Que o congela, cristaliza,
E, que do nada... Pára... Idealiza...
Voltei a pôr a venda.
Os músculos imperceptíveis da Alma
Retomam seu posto de amantes.
Abraçam palavras ternas,
Tornam-se bem falantes...
Renascem... Voltam, dão-se à vida,
Sedentos de ser prenchidos de ar,
Do fogo que os cansou...
Consomem-no...
Volto a respirar, voluntariamente...
Volto a amar...
É um reflexo de mim,
Do qual foste e és espelho...
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