Caminhei, segui, parei, olhei para trás, deixei, fui atrás, doeu, surgi, sumi de mim, e hoje, no espelho, vejo um 8. Como fazer para deitá-lo, embalá-lo no meu ventre, e fazer dele 8 invertido, infinito? Onde está o meu infinito que no espelho apenas me surge nó, ou sou eu que olho errado, talvez precise de um colo onde descansar a cabeça... Tenho que aprender a pedir ajuda. Dói-me a cabeça, ela tem-me cansado demais... Queria poder desligá-la, estou cansada da razão de ser de mim mesma, queria ser por instantes insana, intuir, cheirar a vida com as mãos. O medo tem-me visitado, e não ameaça ir embora. Esse escravo da mente, que analisa, calcula todos os riscos, não vá o risco levar-me para longe dele e colocar-me em lugar prolífero ao prazer. E ultimamente, tem-me amparado, mas não para que não caia, mas porque teme meu salto...
Faz tempo deixei de querer ser perfeita, mas dói ter que assumir os meus erros. Dói ter que me fazer mulher, pois não os divido com ninguém, são meus. À noite quando me assombram, não consigo dormir, por mais que tenha desistido de ser perfeita e que me goste com arestas, continuo uma perfeccionista e o os "ses" afundam-se na almofada, e velam-me o sono... E eu não sou assim. Mas hoje vi-me assim, atada aos fios soltos de mim mesma, que se fizeram assim labirinto, um 8. Mas sei que este momento é precioso, religioso mesmo. O 8 tem o poder absoluto e absurdo do caos, da confusão, e como tal, do seu contrário surgir. Uma epifania que peço ao espelho, ao Universo. Uma clarividência que busco em mim, fazer do caminho sem saída, a volta...
Faz tempo deixei de querer ser perfeita, mas dói ter que assumir os meus erros. Dói ter que me fazer mulher, pois não os divido com ninguém, são meus. À noite quando me assombram, não consigo dormir, por mais que tenha desistido de ser perfeita e que me goste com arestas, continuo uma perfeccionista e o os "ses" afundam-se na almofada, e velam-me o sono... E eu não sou assim. Mas hoje vi-me assim, atada aos fios soltos de mim mesma, que se fizeram assim labirinto, um 8. Mas sei que este momento é precioso, religioso mesmo. O 8 tem o poder absoluto e absurdo do caos, da confusão, e como tal, do seu contrário surgir. Uma epifania que peço ao espelho, ao Universo. Uma clarividência que busco em mim, fazer do caminho sem saída, a volta...
Saudades de ser pequenina, de dormir um sono pesado, de quem brincou o dia inteiro, e por isso, merece... De só acordar porque me achava descalça no colégio, ou com um sapato de cada cor, ou o pior de todos, imaginava uns bandidos que o cercavam para me sequestrar... Onde estão esses bandidos para me levar agora... Tirem-me daqui... Voltem a ser o meu medo recorrente, voltem a assaltar meu sono... E roubem-me do meu outro medo, do que não vejo, que finjo desprezar, mas que não me deixa dormir. Quero deitar a cabeça no algodão com cheiro de lavado, e saber-me ali. Hoje não estou, por isso não durmo, porque me dei conta do tempo... Saudades de esquecê-lo, de não temê-lo, de não olhar para trás... Por isso não durmo, estou presa no ontem, como posso dormir e acordar amanhã? Feita num 8...
Quero o teu colo, suspender o tempo nele, debruçar meu corpo até que se entregue, demorar, poder demorar, e sentir os teus dedos atravessarem meus piores pensamentos e acalmarem-nos, até me esquecer, e de repente, olhar no espelho, os meus cabelos colados às tuas pernas, e ver um 8 deitado, alienado do tempo... INFINITO.
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