No Rio de Janeiro... Rio, riem, prendem-me, soltam-me, prendo, vou, vais, fico, fujo, tocam-me, toco, és, Sou, Amo-me, amam-me, danço, Sou, grito, escutam-me, escuto, beijam-me, beijo, canto, Sou, caio, levanto--me, celebro, Sou, caminhamos, vamos, paramos, olhamos, sentimos, somos, estou, fico, és, estás, ficas, amamo-nos, Amo-me, amo-te, amas-me, fujo, vais, perdemo-nos, voltas, vens, achas-me, olho-te, olhas-me, és, beijo-te, beijas-me, beijamo-nos, amamo-nos, somos, Sou, amo-te, Amo-me, perco-me, perdes-me, foges, vou, volto, amo-te, Sou, sonho-me, sonho-te, Amo-me, amo-te, amas-me, prendes-me, soltas-me, danço, grito, canto, Sou...

domingo, 1 de junho de 2008

Rio 18º

Rio de Janeiro, 18 graus... Amanheci com a chuva... Caíam-me pelas entranhas as gotas gélidas que se entregavam à janela do meu quarto... O azul habitual tornara-se cinzento e tudo parecia diferente, outro cenário, outra cidade. Uma cidade perdida dos Homens ou eles perdidos nela. Sempre me espanta o quanto as cidades se rendem aos céus e se transfiguram. Parecem gente, abraçam uma tal metamorfose, que convida os que as habitam a recolherem-se ao casulo, para também eles se transformarem, ou esconderem.
Cada conflito, duvidazinha, indigestão mental, convulsão do espírito que tenhamos, cresce sob o dilúvio... criam-se poças em nós, e assim, caminho pelas ruas alagadas e revejo-me nelas, sinto-me encolher, a murchar por dentro, levo a pele arrepiada e sinto o chiar do vento sob o chilrear da minha alma... Os dois fazem-me estremecer, um de frio, o outro pela frieza que hoje está em mim... Saudade dos delírios febris.
Quando dou por mim, a noite caíra, mas nem esta acalmara a chuva, a humidade que se colou aos ossos da cidade, aos meus, que abriu fendas nas paredes da minha alma. Hoje sinto-as particularmente fundas, abertas. É daí que vem o frio.

1 comentário:

Verinha disse...

Sempre atenta! ;)