Sei-me triste, pois só me sabendo assim me soube feliz. Sei-me tua, mas só depois de me saber minha... No fundo não me sei, pois de mim me levei... Às vezes volto e nessas voltas me evoco... Sou assim, ilusão real, embora não saiba qual precede qual. Sei-me sem tempo ou espaço. Sei-me com asas, mas não pássaro, sei-me dos ares mas gosto da Terra. Sei-me do mar e viva para amar. Sei-me quente, mas já me viste fria. Sei-me assim, simples sinestesia. Sei-me livre e só assim me prendo, só assim me vivo. Sei-me sem me saber e nesta consciência inconsciente, sei-me dos sonhos que me sonham e me têm deles, e que, de quando em quando, me emprestam à vida. São sonhos só meus, grandes, pequeninos. Estás lá... Mas não te conheço o rosto... Sempre que tento, que me aproximo, desvanece. Mas sei-te lá! Vislumbro-te o contorno do corpo, sinto-te o cheiro...Cheiras bem... Esticas-me a mão. Caminhamos de dedos entrelaçados. Acordo! Perdi-me de ti.... Não te sei mais, não me lembro do teu rosto... Mas conheço-te o cheiro.
segunda-feira, 24 de março de 2008
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