Envolta em pensamentos que me traem, como se me cosessem os músculos, me tornassem mole, mate, prenderam-me o cérebro à alma, fizeram-me uma estrada sem sentido maior onde os meus neurónios navegam com GPS.
Entediada pelo movimento sempre tão igual das coisas, subimos e caímos, e voltamos a subir, e voltamos ao chão, e temos uma vez mais o pé no primeiro degrau, uma escada em que não sabemos o norte e o sul, onde a verticalidade se expande para algo maior e mais difícil, onde a visão ganha periferias e apenas se sente no passo o princípio do fim.
Tenho que voltar à convicção, a quem sou e quero ser, tenho que deixar de pensar na queda, que tenho tanto pela frente, que só me cresce na falta, e pensar que tenho tudo e o todo à minha frente, pensar que tenho a oportunidade de voltar a fazer este caminho onde sempre me encontro, que já lhe conheço os passos, posso dar-lhe dar novo ritmo, posso permitir-me arriscar (mais) e tenho que deixar de pensar nas contusões de alma, nessas coisas que fizeram forte, mas duma força que apenas me guarda do que me completa. Sinto a frustração de quem não mais crê com a mesma força, de quem precisa ver o final da história para saber se vale a pena continuar. Saudades de mim, daquela que sei ser...
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